quinta-feira, 28 de maio de 2009

A reabilitação das habitações municipais está contaminada pela propaganda eleitoral

castro.jpgRui Rio fez acordos com o INH para reabilitar habitações degradadas. Mas, ao invés do acordado e no lugar de reparar as casas que mais precisavam, «faz uma gestão política das reparações, serve-se das obras de reabilitação como meio para aumentar as rendas para um escalão máximo e usa as obras como “arma eleitoral” contra os partidos das oposições».
Artigo de José Castro (deputado municipal).

Acidente no Bairro das Campinas ou como a reabilitação das habitações municipais está contaminada pela propaganda eleitoral

A queda, no sábado 2 de Maio, duma das varandas do Bloco 10 do Bº das Campinas, vem confirmar que a reabilitação dos bairros municipais não é afinal “a prioridade das prioridades” que o Executivo de Rui Rio vem proclamando há quase oito anos.

Desta vez foram três moradores as vítimas da queda (por manifesta degradação física) duma parte das escadas daquele bairro, sito à freguesia de Ramalde na cidade do Porto e construído já em 1965. E tal ocorrência mostra que os critérios para a realização das obras de reabilitação são mais determinadas pela propaganda partidária do PSD e CDS/PP do que pela efectiva necessidade de reparações. Só assim se pode entender o facto insólito de as empreitadas de obras dos bairros municipais privilegiarem as habitações mais visíveis da via pública, deixando para trás os blocos situados no interior dos bairros. Tal facto pode ser verificado no Bairro de Francos e em todos os outros onde já foram iniciadas obras de reparação. Em vez de dar prioridade às obras nas habitações mais vetustas e degradadas do seu parque habitacional, o actual Executivo de Rui Rio faz uma gestão política das reparações, serve-se das obras de reabilitação como meio para aumentar as rendas para um escalão máximo e usa as obras como “arma eleitoral” contra os partidos das oposições.

O actual Executivo camarário dirigido pelo PSD e CDS/PP tem tido condições financeiras excepcionais para melhorar a situação estrutural das habitações municipais: tendo celebrado em 28 de Setembro de 2004 um Acordo de Colaboração com o INH ao abrigo do Decreto-Lei nº 135/2004 (PROHABITA) para “disponibilizar entre 2004 e 2009 um total de 5.300 habitações a famílias em situação de grave carência habitacional”, o Executivo de Rui Rio não construiu nem reabilitou habitações para alojar 5300 agregados familiares.

Diferentemente do que foi acordado, a Câmara do Porto utilizou verbas a fundo perdido, provenientes do Orçamento do Estado, para pagamento de 50% dos gastos com as pinturas e reparações dos exteriores dos bairros. Para os restantes 50% dos gastos, a Câmara do Porto, de acordo com as condições do programa PROHABITA, contraiu empréstimos bancários (cuja amortização só se iniciará a partir de 2010) com bonificação de juro suportada também pelo INH, isto é, por fundos públicos. Só em 2007 e 2008, o Executivo de Rui Rio recebeu, a fundo perdido (dos impostos dos contribuintes de todo o país) mais de 13 milhões de euros (4.434.311,81 € + 4.464.975,22 € + 4.525.591,69 €).

Se acrescentarmos a estas verbas, o valor total das rendas recebidas dos moradores dos bairros camarários (e que é superior a 7 milhões de euros), percebe-se que a situação de intolerável degradação das habitações municipais não resulta de dificuldades financeiras inultrapassáveis, mas antes do abandono e desprezo a que o Executivo de Rui Rio condenou os moradores dos bairros.

O Grupo Municipal do Porto do Bloco de Esquerda manifesta a sua solidariedade aos três moradores do Bairro das Campinas vítimas do desleixo do município do Porto, e insiste na necessidade de mudança na gestão camarária.

Em Outubro, a cidade do Porto precisa de renascer!


(publicado em porto.bloco.org)

FantasBloco: 3 Histórias de nos tirar o Sono...

Nos tempos de antena para as Europeias 2009, o Bloco de Esquerda apresenta a série "FantasBloco", três histórias arrepiantes, realizadas por Manuel Pureza, com a participação de João Salaviza (vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes). Para ver e rever (clicar no nome dos filmes para visualizar os videos)...


Filme 1: O homem que perdeu o rim











Filme 2: Interrogatório a um precário











Filme 3: Tratado à nossa porta

João Teixeira Lopes visitou a Associação de Moradores da Zona de Campo Alegre

visita__amzca.jpg O candidato do BE à Câmara do Porto visitou, no Sábado passado, o Bairro da Zona de Campo Alegre, constatando aquilo que é um bom exemplo de habitação social e associativismo. Curiosamente, a Câmara e o Governo não apoiam a requalificação deste bairro.

O Bloco de Esquerda reuniu com a Associação de Moradores da Zona de Campo Alegre e visitou o bairro onde o associativismo e o espírito comunitário são o mais relevante. No local, pode-se constatar um bom exemplo de habitação a custos muito baixos e um exemplo de qualidade de vida no centro da cidade do Porto.

Este bairro comprova que o que o BE tem defendido para a habitaçao social é o caminho correcto: em vez de super-bairros onde se guetiza e concentra a exclusão social, a solução é disseminar a habitação social pela malha urbana, permitindo romper com a exclusão.

No local, o Bloco de Esquerda pôde ainda recolher a principal queixa dos moradores: no momento, os blocos habitacionais precisam de obras de requalificação na fachada. O orçamento ronda os 250.000€, mas nenhuma entidade apoia a requalificação deste bairro, porque os moradores estão formados em Associação e não em Bairro Social ou Cooperativa Habitacional.


(publicado em porto.bloco.org)

Campanha distrital contra o desemprego

marchaemprego.jpgO desemprego é um dos problemas que mais preocupa as pessoas em especial e a Região Norte (distrito do Porto em particular) é a mais afectada por este flagelo social. O Bloco iniciou esta campanha na semana passada, com uma conferência de imprensa, que continuará pelos meses que se seguem. Ver a seguir agenda de 26 a 30 de Maio.

Terça Feira 26Maio às 18H30 Reunião com a Comissão de Trabalhadores da Qimonda, na sede do Bloco de Esquerda em Vila do Conde.

Quinta Feira 28 Maio às 15H Sessão na Faculdade de Letras com Ricardo Salabert, Alda Sousa e Rui Tavares

Sábado 30 Maio às 16H Acção de Rua contra o desemprego e inauguração do monumento de homenagem ao trabalhador e em particular ao trabalhador desempregado. A acção decorre no local onde está o monumento ao empresário (em frente à AEP - Avenida da Boavista) e conta com música e discursos.

Sábado 30 Maio às 18H30 Presença do Bloco de Esquerda no plenário e manifestação dos trabalhadores da Qimonda, no parque de estacionamento ao lado da empresa.

(publicado em porto.bloco.org)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Bloco por Aldoar - O Inicio...

O Bloco de Esquerda, sendo um Partido já há muito tempo virado para as novas tecnologias, inicia hoje um novo blog, o Bloco por Aldoar.
É aqui que vai ser possivel discutir, alertar, mostrar e demonstrar as fragilidades e as dificuldades que o povo aldoarense vive no seu dia-a-dia.
Promoveremos campanhas, acções de protesto, conferências e tudo o que esteja ao nosso alcance para que Aldoar evolua no sentido da prosperidade, da solidariedade e da justiça social, da transparência, de modo a que todos possamos ter uma Freguesia na qual temos orgulho em viver.

Claro que não estando virados apenas para dentro, vamos estar atentos e postar aqui todas as novidades das várias iniciativas que o Bloco de Esquerda vai promovendo.

Estamos certos que este será um ano importante para o Bloco, mas acima de tudo, um ano importante para Portugal que irá reforçar a confiança no partido que tem defendido sempre os interesses de Portugal e dos portugueses, em nome da tranparência, da igualdade e da justiça.

Não é por acaso que o Bloco de Esquerda é o partido que mais propostas põe em discussão na Assembleia da República.Não é por acaso que o Bloco de Esquerda propôs o fim do sigilo bancário.Não é por acaso que defendemos o fim dos paraísos fiscais, responsáveis pela falta de transparência de milhões de euros em fugas ao fisco.Não é por acaso que o Bloco de Esquerda esteve ao lado do Bairro de Aldoar aquando dos abusivos cortes de água por parte das Águas do Porto e dos irracionais despejos levados a cabo pela Câmara Municipal do Porto.Não é por acaso que estivemos sempre lá...E não é por acaso que os portugueses confiam no Bloco de Esquerda!

Louçã em Aldoar apresenta proposta sobre consumos de água

A 27 de Março, ao final da tarde, um grupo de dirigentes do BE encontrou-se com moradoras e moradores de Aldoar. O grande tema foram os cortes de água feitos a dezenas deles. Louçã apresentou a proposta do Bloco para garantir serviços mínimos de abastecimento de água, escalões de cobrança e forma de financiamento através dum fundo de solidariedade.

xico_alda_esmeral.jpgFortemente aclamado à chegada por um numeroso grupo onde avultavam moradoras do bairro, o coordenador nacional do Bloco ouviu as queixas de várias delas sobre a forma como a empresa municipal está a tentar cobrar dívidas de muitos anos, nunca facturadas em devido momento, e como já cortou o abastecimento a moradores, alguns deles em situação de extrema pobreza e fragilidade. Um dos casos, presentes neste encontro, era o dum morador cego que tem de tratar de uma pessoa acamada e que agora teria de ir acartar água à rua para poder tratar da higiene pessoal dos dois. Mas há dezenas de casos como este neste bairro com muitos moradores pobres.

aldoar2.jpgÀ chegada impressiona logo o facto de, apesar de se estar a repintar as paredes exteriores, os acessos aos prédios estarem envolvidos em entulho e mato. A Câmara proprietária destes apartamentos cobra, despeja moradores com rendas em atraso, mas não cumpre a sua parte do contrato: dar dignidade mínima à habitação social. E os interiores destas casas não têm realmente condições mínimas: «como é que os velhotes conseguem tomar banho se têm de subir para uma pia? Eles não têm chuveiro nas casas e às pias não conseguem subir!», afirmou Esmeralda Mateus dirigente da associação de moradores do bairro e bloquista.

As várias respostas que Louçã foi dando à comunicação social iam sendo pontuadas por aplausos com sinal de apreço pela solidariedade prestada e pelas propostas apresentadas.

xico_castro_jtl.jpgConcretamente Francisco Loução anunciou que o Bloco de Esquerda vai apresentar no parlamento uma proposta de fundo de solidariedade que financie os serviços mínimos de abastecimento de água. A cada litro de água engarrafada seria taxado em 1 cêntimo, o que resultaria num montante de 20 milhões de Euros, o suficiente para financiar um consumo mínimo de dignidade: 50 litros por dia por pessoa. Os consumos acima desse valor seriam cobrados de forma progressiva de forma a fazer os grandes consumidores pagarem mais que os demais. Louçã referiu como exemplo da situação de profunda desigualdade e injustiça existente o facto de, no Alentejo, os maiores consumidores de água serrem os campos de golfe, mais ainda do que a própria indústria.

moradoras.jpgPara demonstrar a viabilidade da proposta Louçã lembrou que na Holanda e na Catalunha um esquema deste tipo está já em vigor.




(publicado em esquerda.net)