quarta-feira, 27 de maio de 2009

Louçã em Aldoar apresenta proposta sobre consumos de água

A 27 de Março, ao final da tarde, um grupo de dirigentes do BE encontrou-se com moradoras e moradores de Aldoar. O grande tema foram os cortes de água feitos a dezenas deles. Louçã apresentou a proposta do Bloco para garantir serviços mínimos de abastecimento de água, escalões de cobrança e forma de financiamento através dum fundo de solidariedade.

xico_alda_esmeral.jpgFortemente aclamado à chegada por um numeroso grupo onde avultavam moradoras do bairro, o coordenador nacional do Bloco ouviu as queixas de várias delas sobre a forma como a empresa municipal está a tentar cobrar dívidas de muitos anos, nunca facturadas em devido momento, e como já cortou o abastecimento a moradores, alguns deles em situação de extrema pobreza e fragilidade. Um dos casos, presentes neste encontro, era o dum morador cego que tem de tratar de uma pessoa acamada e que agora teria de ir acartar água à rua para poder tratar da higiene pessoal dos dois. Mas há dezenas de casos como este neste bairro com muitos moradores pobres.

aldoar2.jpgÀ chegada impressiona logo o facto de, apesar de se estar a repintar as paredes exteriores, os acessos aos prédios estarem envolvidos em entulho e mato. A Câmara proprietária destes apartamentos cobra, despeja moradores com rendas em atraso, mas não cumpre a sua parte do contrato: dar dignidade mínima à habitação social. E os interiores destas casas não têm realmente condições mínimas: «como é que os velhotes conseguem tomar banho se têm de subir para uma pia? Eles não têm chuveiro nas casas e às pias não conseguem subir!», afirmou Esmeralda Mateus dirigente da associação de moradores do bairro e bloquista.

As várias respostas que Louçã foi dando à comunicação social iam sendo pontuadas por aplausos com sinal de apreço pela solidariedade prestada e pelas propostas apresentadas.

xico_castro_jtl.jpgConcretamente Francisco Loução anunciou que o Bloco de Esquerda vai apresentar no parlamento uma proposta de fundo de solidariedade que financie os serviços mínimos de abastecimento de água. A cada litro de água engarrafada seria taxado em 1 cêntimo, o que resultaria num montante de 20 milhões de Euros, o suficiente para financiar um consumo mínimo de dignidade: 50 litros por dia por pessoa. Os consumos acima desse valor seriam cobrados de forma progressiva de forma a fazer os grandes consumidores pagarem mais que os demais. Louçã referiu como exemplo da situação de profunda desigualdade e injustiça existente o facto de, no Alentejo, os maiores consumidores de água serrem os campos de golfe, mais ainda do que a própria indústria.

moradoras.jpgPara demonstrar a viabilidade da proposta Louçã lembrou que na Holanda e na Catalunha um esquema deste tipo está já em vigor.




(publicado em esquerda.net)

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