sexta-feira, 5 de junho de 2009

Está na Hora!



Ontem, viveu-se o penúltimo dia de campanha para as Eleições Europeias do próximo Domingo, dia 7 de Junho.

Nunca uma eleição deste género, foi tão disputada, tão discutida, tão aproveitada como esta. Fruto talvez desta crise, que é internacional e, como tal, europeia.


A Europa urge de mudanças sectoriais, de mudanças de comportamento dos governos, e as pessoas, os europeus, estão ávidos de ver ou se sentir o pulsar da mudança. O cansaço que cada vez mais se transveste de desespero e desânimo; as greves, os lay-off`s, os despedimentos colectivos, as paragens de produção, as insolvências fraudulentas, as burlas dos banqueiros… Enfim, todo um manancial de conhecimento e informação económica com que somos invadidos todos os dias.


Quer nas ruas, nos cafés, nos barbeiros e cabeleireiros, nos amigos, nos jantares, no emprego (quando ainda o temos)… Em todo o lado, o assunto do dia são autênticas aulas de Economia em formato popular e saudosista. Mas se não for aí e tivermos a ousadia de tentar mudar de assunto, as televisões e as rádios fazem questão de injectar no nosso cérebro “minutos e minutos” e “informação e informação” de crise, como que a repreender-nos: “Vê lá mas é se falas de desemprego e de crise, e deixa lá essa conversa sobre miúdas e futebol, pá!”


Mas a verdade, é que é impossível ser português, ser preocupado com o país que temos e com o país que queremos legar aos nossos filhos, e não nos preocuparmos com a política e com a economia actuais.


Portugal viveu nestes 35 anos de democracia, uma espécie de ping-pong governativo: ora agora governas tu, ora agora governo eu. E o resultado é o que vemos: os hospitais e a saúde estiveram sempre mal organizados e dão um péssimo serviço aos utentes; o monopólio da Electricidade de Portugal faz com que o português pague mais 23% (!?!?) que o preço da electricidade aqui na vizinha Espanha; a Justiça não funciona e quando faz que funciona, é para castigar severamente os pequenos e para branquear os verdadeiros criminosos, que nos roubam todos os dias; os banqueiros que encheram o bolso às custas dos bancos que geriam e agora somos nós todos que temos que repor esse dinheiro, sem que haja um verdadeiro castigo para quem praticou esses crimes; a educação que nenhum governo nunca conseguiu organizar, com este governo de José Sócrates a conseguir o feito inédito de juntar alunos e professores num uníssono grito de protesto…


Tantos e tantos exemplos, como esta alternância de governos não nos tem feito evoluir, mas regredir, fazendo com que cada vez nos aproximemos mais da cauda da Europa.


É por isso que todos sabem que está na altura de dar um murro na mesa…Mudar de atitude, mudar de política, mudar o tipo de políticos, mudar a mudança em nosso favor, saber ter uma visão sustentada da realidade e da verdade para fazer um Portugal de presente com os olhos no futuro!


Reparem nestes 2 exemplos: com o programa “Novas Oportunidades” o Governo dá, e reafirmo, dá o 9º ou o 12º ano de escolaridade a pessoas que nunca os puderam alcançar, por via de meia dúzia de trabalhos da treta e de uma entrevista que não serve mais do que…para nada! A ilusão e a alegria dessas pessoas que muito bem aproveitam esta “nova oportunidade” escondem a verdadeira intenção deste esquema: mostrar ao Mundo que Portugal é um país letrado, com uma média elevada de escolaridade. É uma espécie de botox político que esconde as rugas e as peles flácidas que são a iliteracia e o analfabetismo que continuam bem presentes na sociedade portuguesa.

Outro cenário, prende-se com as constantes tentativas de embelezar hospitais, escolas, bairros sociais, mostrando edifícios bonitos, limpinhos, bem pintados, sem resolver os verdadeiros problemas das pessoas: como a questão da educação e da avaliação dos professores; as questões sociais de descriminação dos bairros ou guetos sociais, frutos de uma política péssima de habitação social; o desemprego; e a questão, por exemplo, das taxas moderadoras para internamento e cirurgias que o Bloco de Esquerda propôs a sua isenção.


Enfim, o que importa é aquilo que se vê e não aquilo que prejudica e penaliza o dia-a-dia dos portugueses… Com estes esquemas e malabarismos, quem sofre somos nós no presente, mas também as gerações futuras, pois não existe uma visão de desenvolvimento sustentado e sustentável para um país cujos governantes vivem para embelezar o agora, esquecendo que amanhã são os portugueses que pagarão a factura desse tipo de política.


Está, sem dúvida, na Hora de Mudar! Mas não mudar por mudar, há que mudar para quem fala com e pelos portugueses, por quem realmente se preocupa com os problemas destes e luta ao seu lado por um Portugal melhor e mais verdadeiro consigo próprio. Há que ter noção que temos limitações históricas, geográficas, mas há que ter também a certeza que podíamos e devíamos estar bem melhor…


Como podemos acreditar neste bloco central que nos tem governado ao longo dos anos que nos pediu para apertarmos o cinto, apelou ao nosso patriotismo para que se fizessem sacrifícios, para que aguentássemos uma maior carga fiscal, que nos congelou os salários, e agora vemos a serem injectados 2,55 mil milhões (!!!) de Euros na nacionalização de um só banco???


É por isso que ,tal como diz a canção, não é tarde nem é cedo, é a hora…de mudar!


Vota Bloco de Esquerda!



Artigo de Tiago Peixe


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